A luta do médico e senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, pela erradicação da hanseníase no Brasil será reconhecida com uma homenagem a ser prestada a ele pelo Ministério da Saúde. A informação foi dada ontem, em Brasília, pelo secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa da Silva Júnior, ao anunciar que a homenagem será prestada na abertura do seminário “Resultados e Desafios da Eliminação da Hanseníase no Brasil”. O seminário será realizado entre os dias 8 e 9 de março, no Hotel San Marco, em Brasília, e Tião Viana será reconhecido como uma das pessoas que tem se dedicado à causa de combate à doença. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa visita à colônia Ernani Agrícola, em Cruzeiro do Sul, onde vivem portadores da doença, em abril de 2004, fixou o ano de 2006 como prazo para a erradicação da hanseníase no Brasil. O presidente visitou também a Colônia Souza Araújo, em Rio Branco, onde Tião Viana trabalhou cuidando como médico voluntário dos internos portadores da doença.Para a eliminação da hanseníase no país como problema de saúde pública, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), é necessário reduzir a prevalência da doença para menos de um caso a cada grupo de 10 mil habitantes. Hoje, o Brasil apresenta taxa de 3,88/10 mil. Em alguns Estados, esse número chega a cerca de 20. Com relação à detecção da hanseníase, o país tem registrado, em média, 42 mil novos casos anualmente. No ano passado, foram registrados 45 mil novos casos. A hanseníase já foi eliminada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Já São Paulo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal estão próximos da eliminação. “Mas nós não podemos perder de vista a meta de pôr fim a essa doença que tanto tem maltratado os nosso irmãos agora no ano de 2006. Estou convencido de que isso será possível”, disse o senador ao saber da homenagem. “Fico sensibilizado e agradecido pela generosidade dessa homenagem”, afirmou.Os grandes eixos do plano para eliminação da doença, de acordo com o Ministério da Saúde, são identificar novos casos e garantir o acesso ao tratamento para todos os pacientes. Além disso, todas as pessoas que já têm hanseníase deverão ser curadas. O tratamento é feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e dura de seis a 12 meses. A principal estratégia do Ministério da Saúde é a integração das ações de diagnóstico e tratamento da doença na atenção básica. Isso significa que as equipes do Programa Saúde da Família (PSF), Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e todas as unidades do SUS passam a integrar a rede de atendimento ao paciente, facilitando o acesso universal ao diagnóstico e tratamento.Há 20 anos o Acre era campeão em hanseníase no país. Na época havia registro de 110 pacientes para cada grupo de 10 mil habitantes. De lá para cá houve uma diminuição de 95{79cc7c547c82c26ee96fc2fefb6afbdee3eadc00daef34e76e11ca91d3e5e06b} dos casos e a proporção baixou para 5,1 casos para 10 mil habitantes.O Ministério da Saúde está trabalhando ainda para reestruturar os 36 hospitais colônias que abrigam pacientes com hanseníase no país, incluindo os dois do Acre. A situação de cada um é diferente e peculiar. Alguns ainda são hospitais e podem se transformar em hospitais gerais, que atendam, inclusive, os pacientes com hanseníase. Outros são asilos, que dão abrigo a pacientes que perderam seus laços sociais e familiares após o diagnóstico da doença.No ano passado, o senador Tião Viana anunciou liberação de mais de R$ 1 milhão para melhorar a vida de internos nas colônias e casas de ajuda de Rio Branco e de Cruzeiro do Sul. Os recursos estão prestes a ser liberados graças ao empenho do senador junto ao Ministério da Saúde. De acordo com o senador Tião Viana, com os recursos assegurados e com os trabalhos de melhorias nas duas colônias prestes a ser iniciados, as autoridades estaduais de saúde terão os próximos anos de tranqüilidade em relação à doença porque serão oferecidas condições de dignidade satis