5 de junho de 2010

5 de junho de 2010

MORHAN Jabaquara luta pela melhoria do atendimento nos serviços de saúde em SP

O Município de São Paulo não dispõe hoje de soluções para as pessoas atingidas pela hanseníase. Serviços de Saúde estão sucateados em meio às Organizações Sociais (O.S.) com dificuldade de espaço, equipes incompletas e pacientes jogados à sua própria sorte, com dificuldade de referência de internações hospitalares, principalmente para reações e sequelas. O MORHAN Jabaquara tem recebido diversas denúncias sobre falta de material de curativos de feridas e dificuldade de retirada de calosidades, trazendo graves prejuízos aos pacientes e até riscos de amputações, cada vez mais freqüentes. Pacientes tem passado em diversos serviços de saúde, principalmente em hospitais de São Paulo, sem resolução de seu problema. Alguns são encaminhados para municípios vizinhos, como Guarulhos, retornam sem conseguir atendimento. O assunto tem sido pauta de diversos questionamentos no Ministério Público e Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores de São Paulo nas reuniões realizadas às quartas-feiras, às 13h, nas audiências públicas. As discussões tem levado à sensibilização dos vereadores de São Paulo sobre o problema da hanseníase. O MORHAN Jabaquara, ao lado do Indhuma (Instituto de inclusão e diversidade humana) e Movimento Popular de Saúde da Região Sudeste, tem lutado para mudar esta situação de descaso de saúde com os pacientes atingidos pela doença e a população em geral.  No dia 16 de abril, o Ambulatório de Especialidades Ceci recebeu uma visita da comissão de saúde da Câmara. A gerência da Unidade foi questionada sobre a falta de material, de médico vascular e da troca de pessoal de enfermagem da sala de curativos. Em 10 de maio, aconteceu uma reunião no Ministério Público com os promotores Dr. Artur Pinto Filho e Dra. Ana Lúcia Menezes Vieira, MORHAN Jabaquara, a direção da Unidade, a Supervisão Técnica V. Mariana e a Coordenadoria da Região Sudeste, juntamente com o programa municipal e representante do COVISA (Coordenadoria de Vigilância à Saúde) sobre as dificudades apontadas no Ceci. Uma carta de intenções para a resolução do problema foi elaborada, sendo indicados como fiscais a coordenadora do núcleo Jabaquara, Leide Masson, e a presidente do Indhuma, Clarice Oliveira. No dia 12 de maio, a enfermeira Sandra prestou esclarecimentos na Câmara e recebeu uma homenagem pelo Dia da Enfermagem.Existe hoje na Assembléia Legislativa de São Paulo um projeto de lei do deputado estadual Conte Lopes (PL 419/2010) e outro na Câmara de Vereadores de São Paulo do Dr. Milton Ferreira para criação de um Centro de Referência de Hanseníase completo (hospitalar e ambulatorial), dentro da proposta do SUS, para os pacientes atingidos pela Hanseníase. A Ordem de São Lázaro tem oferecido apoio a esta luta.

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Câmara aprova projeto de lei para pacientes que sofreram discriminação

Nos últimos três anos, as reuniões do MORHAN Jabaquara (SP) têm sido palco de diversas discussões a respeito de uma parcela de pessoas que não estiveram institucionalmente internados à época do isolamento compulsório, mas sofreram todo o tipo de preconceito e discriminação (isolamento social, domiciliar e familiar). Alguns foram tratados por médicos particulares, outros viveram em eterna fuga, mudando de residência para não serem descobertos. Hoje idosas e com sequelas (não havia tratamento adequado na época), essas pessoas reivindicam uma atenção maior. Suas rendas, quando existem, são insuficientes para a subsistência. Muitos perderam oportunidades de estudo e de trabalho. Um grupo de pacientes conquistou a formulação do Projeto de lei nº 7256/2010 do deputado federal Arnaldo Faria de Sá, que beneficiaria esta população. O MORHAN Jabaquara, em parceria com o Indhuma (Instituto de inclusão e diversidade humana), dá o primeiro passo no sentido para correção desta injustiça. Um deles, Pedro Rubio, justifica a solicitação do PL 7256/2010 através de sua própria história, relatada a seguir:”Quando vim ao mundo já contava com três irmãs, Consuelo, Josefa e Noeme, 2, 4 e 6 anos respectivamente. Assim que nasci, fui para os braços de minha avó materna, que ajudou minha mãe a cuidar de mim; porém, ninguém sabia que ela era portadora do mal de Hansen. Em 1946,quando eu estava com a idade entre 5 e 6 anos, minha mãe notou em minha pele algumas manchas escuras, levando-me a um farmacêutico diplomado. Ele percebeu do que se tratava e encaminhou meus pais a um posto de saúde  D.P.L (Departamento de Profilaxia da Lepra).Ao constatarem que era hanseníase, toda a minha família passou por exames. Foi quando descobriram que minha avó e minha irmã do meio também estavam doentes. Minha avó foi para o sanatório Pirapitingui, e eu e minha irmã, diante da choradeira de meus pais, fomos poupados e levados a uma consulta com um médico particular – o Professor José Maria Gomes – o qual nos deu um tratamento que sumiram todos os sintomas.Tivemos uma infância quase normal, porém o médico afirmava que não estávamos curados, pois o mal de Hansen poderia se manifestar na puberdade, o que realmente aconteceu. Eu, aos 16 para 17 anos, trabalhava como contínuo numa agência bancária quando comecei a perder a sensibilidade nas mãos e nos pés. Como tinha que datilografar, passei a ter dificuldade. Nessa época, apareceu em meu pé esquerdo o primeiro mal-perfurante que dificultava meu andar – e, por isso, o meu trabalho, que incluía entregar correspondência.Diante disso pensei em falar com meu chefe, mas fiquei com medo de que descobrissem a minha doença. Diante de tanto preconceito, seria mandado embora do emprego e poderia ir parar em um sanatório. Não tive alternativa: um dia de 1957 fui surpreendido por meu chefe enquanto trocava o curativo do meu ferimento. Ele ficou horrorizado com o que viu e sem saber do que se tratava – havia dito que não sabia – encaminhou-me para um médico no I.A.P.B. que fez o diagnóstico novamente. Depois de muito examinarem, com muita cautela e medo, acabei por confessar que sabia de minha situação de saúde. Levei uma bronca, pois afirmaram que eu deveria ter contato a verdade. Se eu contasse a verdade não teria o emprego e minha situação ficaria visível. Ao final, diante de um médico que hoje penso ter sido um psicólogo, fui “persuadido” – para meu próprio bem – a pedir demissão, já que dessa forma ninguém ficaria sabendo e “seria melhor para todos”. Foi o que fiz. Depois disso, pensei em suicídio diversas vezes.O tempo, porém, é um bom remédio. Em 1959, por ter perdid

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