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O ano do Morhan passado a limpo: confira nossa retrospectiva 2018!

O ano do Morhan passado a limpo: confira nossa retrospectiva 2018! n   n A luta pela eliminação da hanseníase e do estigma social e em defesa dos direitos das pessoas atingidas pela doença tem muitos cenários e formas: da articulação internacional à conversa frente a frente nas esquinas do nosso bairro, todas as ações são importantes. O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) sabe disso e se mobilizou para fazer de 2018 mais um ano em que avançamos juntos, e em muitas frentes, na promoção de justiça social. n   n Confira os destaques do nosso ano e clique nos links para ler mais sobre cada tema! n   n O janeiro, todos/as sabemos, É ROXO :: o mês de enfrentamento à hanseníase. Em 2018, não foi diferente, e o Morhan chamou a atenção da mobilização mundial em torno do tema: nosso movimento representou o Brasil no Apelo Global pela Eliminação do preconceito contra as pessoas atingidas pela hanseníase, na Índia. Já no nosso país, o janeiro roxo do Morhan movimentou diversas regiões e integrou a campanha nacional do Ministério da Saúde, que divulgou o Telehansen à população. E, por falar em Telehansen, temos novidades recentes: em dezembro, o Morhan desativou o 0800 do serviço para priorizar outros canais de comunicação que estão crescendo. n   n ANITTA E O PRECONCEITO :: A luta foi feita também de enfrentamentos públicos em relação ao preconceito: em abril, o Morhan denunciou amplamente uma fala discriminatória da cantora e apresentadora Anitta, promovendo um abaixo-assinado com mais de duas mil assinaturas, e posts no facebook (confira aqui, aqui e aqui), que mobilizaram mídias sociais e imprensa (veja aqui, aqui e aqui, por exemplo). Pressionada, Anitta se manifestou pedindo desculpas. Mas essa história ainda não terminou: após o episódio, a cantora se inscreveu como voluntária da REMOB e consideramos que a retratação não foi suficiente, é preciso fazer mais a respeito desse assunto, abrindo um verdadeiro diálogo público sobre o tema da hanseníase e do preconceito. n   n OBSERVATÓRIO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E HANSENÍASE :: Em junho, com o objetivo de criar um dispositivo de referência nacional e internacional na proteção dos direitos das pessoas atingidas pela doença, Morhan e Defensoria Pública da União lançaram o Observatório Nacional de Direitos Humanos e Hanseníase. n   n LUTA DOS FILHOS E FILHAS SEPARADOS :: E a luta pela reparação de direitos e por indenização a todos os filhos e filhas separados pela política de isolamento compulsório da hanseníase avançou em 2018. Em março, o Morhan atualizou o andamento das diferentes estratégias utilizadas (junto ao executivo, ao judiciário e ao legislativo). Entre maio e junho, o Projeto de Lei (PL) 2.104/2011 e outros que tratam do tema da indenização voltaram à pauta da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) do Congresso, e o Morhan mobilizou os filhos separados a ir a Brasília pressionar os deputados, que resultou em apoio de parlamentares mas ainda não garantiu o andamento para a próxima comissão. O andamento da Ação Civil Pública que o Morhan move junto à Justiça Federal foi atualizado em julho. E, em dezembro, o estado de Minas Gerais foi o primeiro do Brasil a aprovar uma lei de indenização aos filhos separados, cuja execução vai ser coordenada por uma comissão com a participação do Morhan! n E, se você ainda não assistiu, o documentário Filhos Separados pela Injustiça foi lançado pelo movimento no youtube, em novembro. n   n EM CADA ESQUINA E NO MUNDO ::Em Brasília, no mês de março, o Morhan pautou a luta contra a hanseníase e reivindicou uma política nacional de enfrentamento à doença na 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde. Em abril, fomos a cinco estados sensibilizar profissionais, serviços e lideranças para a defesa dos direitos das pessoas atingidas pela hanseníase e também à Argentina, defender a mobilização social internacional para a superação do estigma. Estivemos também no Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva em defesa dos direitos sociais e contra os ataques ao SUS, em agosto. Setembro foi o mês de fortalecer a articulação internacional em evento na Tailândia com entidades da Índia, Indonésia e Etiópia, e de participar do Congresso da Medtrop, em Pernambuco. No Congresso da SBH, em novembro, lá estávamos nós representando a perspectiva dos usuários e ex-pacientes! E durante todo o ano os núcleos do Morhan mobilizaram pessoas, parceiros e recursos para atuar regionalmente: em Paraty/RJ, Sena Madureira/AC, Floriano/PI, São Paulo/SP (+ aqui), Juazeiro do Norte/CE (+ aqui), Campinas/SP, Mogi das Cruzes/SP, Seropédica/RJ, Brasiléia/AC, Teresina/PI, Crato/CE, Palmas/TO e muitos outros lugares – acompanhe as novidades sempre pelo www.facebook.com/Morhan.Nacional 🙂 n   n REPRESENTATIVIDADE IMPORTA :: Para fazer valer o lema “nada sobre nós sem nós”, o Morhan trabalha duro para ocupar espaços de representatividade junto a conselhos, conferências e fóruns. Em 2018, o Morhan renovou sua representação nas eleições para o Conselho Nacional de Saúde, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Com Deficiência. Também nos fizemos presentes no Seminário Nacional de Saúde das Mulheres e no de Saúde Integral da População Negra. Essa atuação em várias frentes que traduz bem a importância do trabalho multisetorial do Morhan teve um dia exemplar em sete de dezembro, confere aqui. n   n RECONHECIMENTO :: Todo esse trabalho, feito a tantas mãos, também tem os seus dias de reconhecimento… Assim, Faustino Pinto recebeu homenagem por seu trabalho social no Ceará, em março; Francisca Barros da Silva, a Dide, foi homenageada no Paraná, em abril; o Morhan Nacional foi premiado por políticas públicas inclusivas no Congresso Internacional da Rede Unida, em maio; Valdenora Rodrigues teve sua história de contribuição aos direitos humanos no Amazonas contada em livro, em agosto; mesmo mês em que foi lançado o livro reportagem que tem Helena Bueno como uma das personagens; e Artur Custódio teve sua atuação reconhecida pelo Conselho Nacional de Saúde, em dezembro! n   n MORHAN E A DEMOCRACIA :: E não é possível um movimento social relembrar o

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CONITEC está com consulta sobre mudança no tratamento da hanseníase aberta ao público

Em dezembro, a 72º reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) discutiu as evidências científicas favoráveis e contrárias à redução do esquema terapêutico para o paciente multibacilar de 12 para 6 doses com a participação do Morhan e das sociedades científicas SBH, SBD e SBMFC. A partir do debate, que tem muitas e divergentes perspectivas, foi aberta uma Consulta Pública relativa à proposta de aprovação da atualização do esquema terapêutico para o tratamento da hanseníase – multidrogaterapia única (MDT-U). O Morhan incentiva a ampla participação nesse debate, com prazo até o dia 3 de janeiro, que pode ser acessado no link: http://conitec.gov.br/consultas-publicas n   n Acreditamos que pautar a Conitec, uma comissão de múltipla representação e de grande qualificação técnica, foi uma importante conquista, na qual o Morhan tem participação direta. Lembramos que doenças raras e outras, como a Aids, já foram tema de dezenas de discussões nesse fórum, enquanto, para a hanseníase, trata-se da primeira vez. n   n O centro da nossa manifestação em relação a este tema é a necessidade de proteger os usuários: as pessoas precisam ser o foco da discussão. Portanto, reivindicamos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) se posicione sobre a segurança da medida antes de sua adoção e também exigimos que, se levada adiante, a mudança inclua uma série de medidas protetivas aos usuários, para que os seus direitos sejam garantidos e sua saúde preservada. n   n Relembre a íntegra da nossa nota sobre esse assunto, divulgada anteriormente, que reafirmamos nesse momento da consulta pública: n   n Considerando o papel histórico do MORHAN na defesa dos usuários; n   n Considerando que há 17 artigos científicos publicados com estudos favoráveis a tratar as pessoas acometidas por hanseníase com o esquema uniforme MDTu; n   n Considerando que não há artigos científicos publicados que sejam contrários ao mesmo; n   n Considerando que sob o ponto de vista ética nada que sustente 6 doses adicionais aos pacientes multibacilares; n   n Considerando que há artigo cientifico publicado que demostrou não haver impacto negativo sobre os usuários paucibacilares por usar um medicamento a mais; n   n Considerando, entretanto, que não há consenso entre as entidades da área técnica, tendo em vista que a SBH manifestou contrariedade o que reforça a necessidade de proteção aos usuários em relação aos efeitos desta medida n   n Considerando os benefícios de minimizar, como política de saúde pública, os erros de classificação das formas da doença, e n   n Considerando que o Brasil será o primeiro país no mundo a adotar o novo regime; n   n A diretoria do MORHAN, explicita que caso o esquema MDTu seja ratificado pelo Comitê Técnico Assessor e adotado nacionalmente pelo Governo Brasileiro, recomenda o MORHAN que se adotem medidas protetivas aos usuários, tais como: n   n 1- Reforço às medidas de educação em saúde aos usuários para ampliar o conhecimento sobre sinais e sintomas de reações hansênicas e recidivas/reinfecção; n   n 2 – acelerar a adoção de protocolo nacional de investigação de recidivas/reinfecção e resistência medicamentosa. n   n 3 – capacitar por todos os meios, inclusive utilizando-se do Sistema Universidade Aberta do SUS UnaSUS, para os profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre MDTu; n   n 4 – incentivar estudos que possam viabilizar novos esquemas terapêuticos; n   n 5 – fortalecer os centros de referências nacionais e estaduais para monitoramento de reações hansênicas e recidivas/reinfecção e outras eventuais intercorrências durante ou após o tratamento; n   n 6 – elaborar e divulgar material informativo sobre a hanseníase e reações e informações relevantes destinadas as pessoas atingidas pela hanseníase a ser entregue junto com a primeira dose MDTu, onde deve constar o TELEHANSEN e Zaphansen, como observatórios sociais da implantação. n   n 7 – que o CTA deverá se reunir extraordinariamente por conta de novos estudos da MDTu ou outros assuntos que envolvam a atenção aos usuários; n   n 8 – que se houver trabalhos cientificas sólidos publicados que apresentem dados significativos de eventual subida de indicadores de falência de tratamento, o CTA deve ser reunido para avaliar tais estudos e recomendar se pessoas de formas multibacilares devem ser chamadas para avaliação e prolongamento, se necessário; n   n 9 – ter em laboratório nacional a planta de produção dos medicamentos da MDTu como reserva estratégica e de soberania nacional para casos emergenciais de ausência de doação dos laboratórios conveniados com a OMS, n   n 10- que sejam ouvidas as posições da OMS e Conitec n   n Esta é a posição da diretoria do MORHAN ao CTA e ao Ministério da Saúde do Brasil n   n Brasília, 18 de abril de 2018.

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Carta de entidades e autoridades em congratulações à indicação de Nésio Fernandes para a SESA/ES

(Nésio, à época secretário de Saúde de Palmas, fala na abertura da Primeira Conferência Nacional de Vigilância em Saúde com foco em Hanseníase, que o Morhan ajudou a construir – Foto: Prefeitura de Palmas/Igor Flávio) n Carta de entidades e autoridades em congratulações à indicação de Nésio Fernandes para a SESA/ESRepresentando um conjunto de entidades da área da saúde e da sociedade civil organizada, viemos a público parabenizar o governador eleito do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande, pela escolha do médico Nésio Fernandes para compor sua equipe como secretário de Estado da Saúde. n   n Nésio tem longa trajetória na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Controle Social – a esfera participativa do SUS em que usuários, profissionais e gestores discutem , fiscalizam e ajudam a promover políticas públicas de saúde democráticas. Sua história une campos muito importantes para a saúde pública: trata-se de um médico de Saúde da Família pós-graduado em instituições reconhecidas por sua expertise, como o Sírio Libanês em SP, e com experiência em associações comunitárias e movimentos populares da área da saúde, o que o faz conduzir ações em saúde que buscam articular uma assistência de qualidade com o atendimento humanizado e a equidade. n   n Esse reconhecimento é consequência, especialmente, dos seus feitos em Palmas, capital do estado do Tocantins. Como secretário de saúde daquele município, atuou fortemente na valorização dos trabalhadores do SUS, qualificando a formação em serviço por meio de parcerias com universidades públicas e com a Fundação Escola de Saúde Publica, o que foi fundamental para o sucesso da gestão em vários setores, como vigilância em saúde, vigilância ambiental, atenção primária, melhoria das UPAs, humanização, práticas integrativas e assistência farmacêutica. n   n Destacamos ainda o sucesso de sua atuação no enfrentamento da hanseníase, que permanece um grave problema de saúde pública no país especialmente por conta de um diagnóstico ainda deficitário dos casos. O projeto “ Palmas Livre da Hanseníase” melhorou a capacidade da estrutura local do SUS para o diagnostico da doença, o que fez com que o município detectasse quase quatro vezes mais os casos chamados de “ocultos”, que não estavam diagnosticados pela rede, diminuindo assim os diagnósticos tardios e as sequelas subsequentes. Este trabalho foi internacionalmente reconhecido e inspirou a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde a lançarem o projeto “ Brasil Livre da Hanseníase”, nos mesmos moldes. n   n Assim, acreditamos que a escolha de Nésio Fernandes para a equipe demonstra o compromisso do próximo Governo do Estado do Espírito Santo com uma gestão pública comprometida ao mesmo tempo com a excelência técnica e com a humanização dos serviços públicos prestados à população. n Entidades n MORHAN NACIONAL – Coordenação Nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase n SBH – Sociedade Brasileira de Hansenologia n   n UAEM Brasil – Universidades Aliadas por Medicamentos Essenciais n   n CONAM – Confederação Nacional da Associação de Moradores SINDSAÚDE-ES – Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado do Espírito SantoSINDIENFERMEIROS-ES – Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo n SINFES – Sindicato dos Farmacêuticos do Espírito Santo n MORHAN núcleo Cariacica n MORHAN Capixaba n Associação dos ex-internos do educandário Alzira Bley – Cariacica-ES n Associação Pró-vidas Transplantes do ES n Federação das Associações de Deficientes de MG Personalidades n Ethel Maciel n (Vice-Reitora da UFES) n Patricia Duarte Deps Crispin Cerutti JuniorMaria Angelica AndradeTiago SartiAdauto Emerich(Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santo-UFES) n Filomena Alencar n (Departamento de Pediatria da UFES) Ernesto Charpinel n (IFES – Instituto Federal do Espírito Santo) Artur Custódio Moreira de Sousa – RJAdauto Vieira – ES Getúlio Vargas – RS(Conselheiros Nacionais de Saude) n Lucimar Batista – PI(Conselheira Nacional do Direitos da Pessoa com Deficiência) n Leomar Brigagao – TOEni Carajás – MG (Conselheiros Nacionais dos Direitos da Pessoa Idosa) n Ana Claudia Meirim Krivochein -RJ(Conselheira nacional da Agência de Saúde Suplementar) n Targino Gondin- BA n (Músico)

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Governo de Minas Gerais aprova primeira lei no país de indenização aos filhos separados pela política de isolamento da hanseníase

Foto: divulgação Governo do Estado de MG n   n Governo de Minas Gerais aprova primeira lei no país de indenização aos filhos separados pela política de isolamento da hanseníase n   n O governador do estado de Minas Gerais, Fernando Pimentel, assinou na semana passada dois documentos que podem representar um novo passo na luta pelos direitos humanos dos filhos e filhas separados: a Lei nº 23.137/18, que autoriza o estado mineiro a conceder indenização aos filhos/as separados, e o decreto 47.560/18, que regulamenta a lei e determina os termos da concessão do benefício (veja a íntegra dos textos ao fim da matéria). n   n Até 1986, o Estado brasileiro executou uma política que isolou do convívio social pessoas atingidas pela hanseníase e promoveu a separação compulsória de seus filhos, embora a doença tenha tratamento desde a década de 40. Pimentel afirmou que a iniciativa é reconhecer a dívida histórica do Governo do Estado de MG e dar continuidade ao processo de reparação iniciado, nacionalmente, com a Lei Federal 11.520/07, promulgada durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já havia autorizado a indenização às pessoas atingidas pela hanseníase que foram isoladas do convívio social. Agora, Minas Gerais será o primeiro Estado do país a indenizar os filhos e filhas dessas pessoas, que também tiveram direitos violados. Mais do que isto: trata-se do primeiro reconhecimento em lei aos filhos em nível internacional. n   n O cálculo do valor indenizatório para cada um dos beneficiados será feito por representantes da Comissão de Avaliação instituída por meio do decreto. O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) garantiu sua participação nesta comissão, que também vai reunir representantes de seis secretarias do Estado e de outras entidades da sociedade civil. A Comissão terá prazo de 60 dias, contados da publicação do decreto, para definir os critérios, os procedimentos e os documentos necessários à concessão da indenização. n   n Estimamos que, em Minas Gerais, mais de duas mil pessoas serão beneficiadas. Uma parte da história dos filhos e filhas separados em Minas está contada no documentário Filhos Separados Pela Injustiça, que teve parceria do Morhan e está disónível na íntegra no link: https://www.youtube.com/watch?v=cs0ejDWNxY0 n   n Desafios para garantir a reparação em nível nacional n A mobilização do Morhan para garantir que todos os filhos e filhas separados no Brasil tenham direito à reparação de danos e reconhecimento do crime de estado a que foram submetidos segue firme em outras esferas: a ação civil pública, na Justiça Federal; a pressão para a aprovação dos Projetos de Lei sobre o tema, no Congresso; e a interlocução com o Executivo. A decisão do governo de Minas Gerais não interfere em nenhuma dessas ações. n   n Pelo contrário, o fato de uma administração estadual reconhecer sua responsabilidade no processo de reparação abre mais uma esfera da luta: o momento é de pressionar também as assembleias e executivos dos outros estados a encaminhar projetos de lei similares. É preciso manter este tema em pauta em todos os cantos do país! Essa visibilidade fortalece a discussão também em nível nacional. n   n A partir de janeiro, estaremos como titulares na comissão de avaliação das indenizações em Minas Gerais e cobraremos do próximo governador do estado o cumprimento do que a lei estabelece. n   n Confira a íntegra dos textos: n   n   n LEI Nº 23 .137, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2018 n Dispõe sobre o pagamento de indenização aos filhos segregados de pais com hanseníase submetidos à política de isolamento compulsório em Minas Gerais. n   n O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, promulgo a seguinte lei: n   n Art. 1º – Os filhos segregados de pais com hanseníase submetidos à política de isolamento compulsório em Minas Gerais farão jus a indenização, nos termos desta lei. n   n Parágrafo único – Farão jus à indenização de que trata o caput os filhos segregados de pais com hanseníase que atendam simultaneamente às seguintes condições: I – tenham sido encaminhados a educandários, creches e preventórios ou tenham permanecido nas colônias separados dos pais ou do convívio social; II – recebam até quatro salários mínimos; III – não recebam o benefício concedido pela Lei federal nº 11 .520, de 18 de setembro de 2007 . n Art . 2º – A indenização de que trata esta lei será paga pelo Estado após processo administrativo, observados os procedimentos e condições estabelecidos em regulamento, ou processo judicial transitado em julgado que comprove a segregação compulsória. Parágrafo único – O pagamento da indenização de que trata esta lei está condicionado à assinatura, pelo beneficiário ou por seu representante com poderes específicos, de termo em que se reconheça a plena reparação material por parte do Estado em razão da segregação compulsória. n   n Art . 3º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 10 de dezembro de 2018; 230º da Inconfidência Mineira e 197º da Independência do Brasil. n   n FERNANDO DAMATA PIMENTEL n   n DECRETO Nº 47.560, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2018. n Regulamenta a Lei nº 23.137, de 10 de dezembro de 2018, que dispõe sobre o pagamento de indenização aos filhos segregados de pais com hanseníase submetidos à política de isolamento compulsório em Minas Gerais. n O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe confere n o inciso VII do art. 90 da Constituição do Estado e tendo em vista o disposto na Lei nº 23.137, de 10 de dezembro de 2018, n DECRETA: n Art. 1º – Este decreto regulamenta a Lei nº 23.137, de 10 de dezembro de 2018, que dispõe sobre n o pagamento de indenização aos filhos segregados de pais com hanseníase submetidos à política de isolamento n compulsório em Minas Gerais. n Art. 2º – São beneficiários da indenização a que

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Morhan participa de projeto piloto para vencer o estigma relacionado à hanseníase em Floriano/PI

Morhan participa de projeto piloto para vencer o estigma relacionado à hanseníase em Floriano/PI n   n A 247 quilômetros de Teresina, no Piauí, está Floriano. O município está recebendo um projeto da NHR Brasil com foco na compreensão do estigma associado à hanseníase para elaboração de ações que ajudem a superá-lo. O Morhan Piauí participa da iniciativa. Representante do movimento, Francilene Mesquita integrou a equipe que passou duas semanas conversando com a comunidade local e utilizando uma escala que ajuda a determinar o grau do estigma vivenciado ou percebido. O trabalho é desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com colaboração da Universidade Federal do Ceará (UFC) e financiamento da NHR Brasil. n   n Os dados coletados foram apresentados no I Seminário Estigma e Hanseníase, realizado nos dias 3 e 4 de dezembro, no mesmo município. Além da discussão sobre os resultados do diálogo com a comunidade, o evento buscou delinear ações que enfrentem o preconceito em 2019 no município, tornando-o um projeto piloto que pode ser replicado em outras regiões do país. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), as unidades de Floriano contam atualmente com 48 pessoas em tratamento pela hanseníase. n   n O histórico do estigma na hanseníase foi apresentado na conferência de abertura por Héllen Xavier, mestranda em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Algumas atitudes vinculadas à doença foram descritas, como a sensação de medo e julgamentos morais reforçados pelo desconhecimento sobre a hanseníase. Uma realidade que não foi resolvida após a adoção do tratamento com a poliquimioterapia e a perspectiva de cura para os pacientes. Na apresentação, Héllen convidou à reflexão sobre a necessidade de intervenções a nível comunitário para combater o estigma. n   n As aplicações sobre o estigma individual verificaram que, dentre 100 pessoas atingidas pela doença, 64 não contaram sobre o diagnóstico para pessoas fora do domicílio. n   n Outro resultado compartilhado foi a análise de que o estigma esteve mais presente em profissionais da educação do que em profissionais de saúde entrevistados, dado obtido da aplicação de escala para medir as percepções negativas das comunidades em relação às pessoas acometidas. Dentro desta perspectiva, a programação incluiu o debate sobre a responsabilidade e o envolvimento das escolas no combate ao preconceito e nas estratégias de educação e saúde. n   n Estratégias futuras n   n Uma agenda de recomendações com as soluções propostas será finalizada e apresentada aos gestores municipais e estaduais no mês de janeiro. As ações sugeridas incluem a criação de grupos de autocuidado, cursos sobre os direitos das pessoas atingidas pela hanseníase, apresentações teatrais e rodas de conversas nas escolas, igrejas e associações comunitárias. n   n Os grupos também sugeriram a criação de um centro cultural de saúde, permitindo trabalhar estratégias de saúde e educação para a comunidade de forma lúdica. Esta foi uma alternativa de utilização do espaço da antiga escola Ulisse Marques, cujo fechamento foi associado ao estigma. n   n As ideias a serem concretizadas não podem esquecer do foco nas unidades de saúde, alertou a pesquisadora Maria Leide de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela enfatizou que é preciso fazer campanhas e atividades nestes espaços, onde as pessoas atingidas pela hanseníase devem ser atendidas e tratadas de forma digna, livres de qualquer atitude discriminatória ou constrangedora. Ainda segundo Maria Leide, o estigma pode atrapalhar a adesão ao tratamento, levando também ao sofrimento emocional e à depressão. n   n Outra das recomendações pactuadas no seminário foi o fortalecimento do Programa Saúde nas Escolas. Professores e gestores da educação em Floriano contribuíram com o debate, formulando alternativas que tornem as ações atrativas para alunos, pais e educadores. Conforme a pedagoga Dalva Stella Ferreira, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), é necessário o compromisso com a ideia de transformar a escola em espaço de discussão e quebra de preconceitos. Ela apontou que a saúde é um dos temas transversais nos currículos escolares, sendo uma responsabilidade de todos os professores. n   n Fonte: site da NHR Brasil, com informações do Morhan Piauí

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TeleHansen é desativado, cedendo espaço para novos canais de comunicação do Morhan

MUDANÇA NAS COMUNICAÇÕES n TeleHansen é desativado, cedendo espaço para novos canais de comunicação do Morhan n   n A partir desta segunda-feira (10 de dezembro), não será mais possível contatar o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) pelo número 0800 026 2001 – o tradicional “TeleHansen”, que por muitos anos foi uma importante ferramenta de comunicação e informação sobre a doença e a organização do movimento. Mas isso não significa que o Morhan vai diminuir suas possibilidades de comunicação, pelo contrário: o desativamento do TeleHansen abre espaço para fortalecimento do ZapHansen e do WebHansen, canais que têm crescido muito com as mudanças nos hábitos da população em relação ao uso de tecnologias da comunicação. n   n O TeleHansen era um dos três canais da central de atendimento do Morhan, que efetiva ações de comunicação, informação e cidadania para promoção dos direitos das pessoas atingidas pela hanseníase no Brasil. Além do 0800 (TeleHansen), a central é composta por um número de whatsapp (ZapHansen – (21) 97912 0108) e meios eletrônicos (WebHansen: morhan@morhan.org.br e www.facebook.com/Morhan.Nacional). n   n Com a queda no uso da telefonia fixa, que foi sendo substituída pela telefonia móvel, o movimento observou a diminuição no número de chamadas para o 0800, com aumento do número de trotes, e ampliação dos contatos via ZapHansen. Além disso, os contatos via WebHansen também tiveram crescimento, mostrando que a internet pode ser terreno fértil para a comunicação e informação sobre hanseníase. n   n De junho de 2016 a maio de 2018, período em que essa central do Morhan foi reestruturada, os três canais da realizaram quase 7.500 atendimentos: são pessoas que buscam informações sobre a doença, tratamento, serviços de saúde, campanhas, organização do movimento, questões da luta dos filhos separados, ou buscam fazer denúncias. O que chama a atenção é que nesse período a procura via ZapHansen mais do que triplicou e a do WebHansen, mais do que duplicou. n   n Por tudo isso, o TeleHansen abre espaço agora para novas maneiras de nos comunicarmos com a população e com o voluntariado, mas deixa uma história de muita contribuição para o avanço dos direitos humanos das pessoas atingidas pela hanseníase no Brasil. n   n Valeu, TeleHansen! n Agora vem de ZapHansen e de WebHansen que seguimos firmes 🙂 n   n >> ZapHansen: (21) 97912 0108 n   n >> WebHansen: morhan@morhan.org.br e www.facebook.com/Morhan.Nacional n   n + Telefone fixo do escritório do Morhan Nacional (horário comercial): (21) 2502 0100 n   n + Imprensa: comunicamorhan@gmail.com

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